domingo, 18 de maio de 2014

Claddagh ring


Ainda não contei aqui, mas sou apaixonada pela cultura irlandesa, então o post de hoje é sobre uma das minhas histórias favoritas: O Claddagh ring.
 
Há mais de trezentos anos, um jovem chamado Richard Joyce vivia em Claddagh, Galway, cidade pesqueira do oeste irlandês. Na semana em que se casaria com seu verdadeiro amor, Joyce foi trabalhar em um navio pesqueiro.
 
Piratas capturaram o navio e venderam os tripulantes como escravos, dessa forma, Richard passou a trabalhar para um ourives turco. Durante os anos como escravo, aperfeiçoou a arte de fazer joias, ganhando o respeito de seu mestre.

Quando o rei William III negociou a liberdade dos escravos em 1689, o turco ofereceu a mão de sua filha à Richard, que recusou, pois nunca esqueceu o amor que deixou na Irlanda e, como promessa de que retornaria, fez o anel Claddagh. Finalmente livre, voltou para sua cidade natal, onde pôde cumprir sua promessa e pedir a mão de sua amada com o anel.


Grande parte dos historiadores acredita que a lenda de Joyce é a verdadeira origem do Claddagh ring, já que os primeiros exemplares de Claddagh encontrados são de 300 anos atrás e tem as iniciais R.J.
 
A história bastante difundida na Irlanda, onde o Claddagh ring é bastante usado, seja como presente ou aliança, passando de pai para filho e de mãe para filha, como tradição familiar.
 

O anel, cheio de simbolismos, é uma peça de joalheira tradicional irlandesa composto por duas mãos segurando um coração coroado. As mãos representam a amizade, o coração representa o amor e a coroa, a lealdade sem fim. Lindo, não?
 
E não acaba por aí: é possível saber o status de relacionamento de quem usa apenas pela posição do anel.
  • Anel na mão direita com a coroa voltada para dentro significa que o usuário está livre e desimpedido.
  • Anel na mão direita com a coroa para fora representa comprometimento com alguém.
  • Anel na mão esquerda com a coroa voltada para fora mostra que o usuário tem um amor sem fim e é correspondido.
No filme Leap Year, a personagem de Amy Adam ganha um Claddagh
Encontrei algumas lojas com preços bem em conta. Então quem se interessou pode comprar aqui e aqui.

Depois de muito enrolar, vou comprar o meu! Depois mostro aqui :D


Postado por Garota B.

E as estrelas, quantas são? - Giulia Carcasi

 


Pra falar a verdade, li esse livro no finalzinho de 2011 e me sinto culpada por não ter divulgado muito desde então. Sou daquelas que, quando lêem algo muito bom, saem contando aos quatro ventos, querendo que todo mundo leia também. Mas por nenhuma razão específica, nunca falei dele (acho que só para a Garota A) até agora.

 
Pelo nome dá pra sacar que a autora é da terra da pizza, né? Giulia estudava medicina e, aos vinte e poucos anos, publicou seu romance de estreia (o livro do qual vos falo haha) que ficou entre os mais vendidos na Itália.
 
O livro tem duas capas, isso por que o verso também é capa, de cada lado uma foto e o nome dos protagonistas. No lado amarelo temos Alice e no azul, Carlo.



Tímida, insegura, com poucos amigos, relação conturbada com a família e meio nerd, assim é Alice, uma estudante do último ano do colégio. Logo nas primeiras páginas você percebe que ela evita o contato com os colegas, seja por não ter nada a ver com eles ou por medo de comprometer sua reputação - como é o caso de Carlo. Isso até um dos caras mais gatos do colégio, típico bad boy, parecer estar interessado nela.


Até aí tudo ok, nada muito diferente, certo? Comecei a leitura pelo lado amarelo da Alice e já estava gostando bastante, até derrubar o livro sem querer. Então percebi que o outro lado, o lado azul do Carlo, estava escrito de ponta cabeça! Fui olhar e vi que a história é contada pelos dois protagonistas, basta virar o livro.     
 
Virei o livro e iniciei a leitura do lado azul do Carlo que, com os óculos quebrados, o cabelo bagunçado e as notas excelentes, paira entre ser invisível e ser intimidado. Fica claro, logo no princípio, que Carlo sente algo por Alice, mas a timidez e o medo da rejeição o impedem de tomar uma atitude. Como Alice, Carlo se envolve com uma das garotas mais populares da escola e esse relacionamento afeta não apenas suas roupas, como também sua forma de lidar com o mundo à sua volta.
 
 
Adorei essa sacada da autora, tornou a narrativa mais completa. Não é cada um narrando um capítulo da mesma história, já que cada um conta apenas a sua própria história, como dois livros diferentes com pontos em comum.  Em alguns momentos as cenas se repetem e podemos vê-las por duas óticas distintas, o que é ótimo, pois fica mais fácil entender os motivos que os levaram a tomar certar atitudes.
 
Com personagens bem escritos, as mudanças sofridas por ambos os protagonistas são sutis e trabalhadas de forma natural, sem que a história fique forçada. Aliás, é bastante fácil se identificar com a mesma, o que dá ao livro aquela sensação de familiaridade.
 
Apesar da história um tanto lenta, o livro se torna dinâmico graças a dupla narrativa. A graça do livro está aí, no fim você se vê realmente envolvido com os dois, Alice e Carlo, e bate aquela depressão típica de fim de livro...
 

Seak Peek da Alice:

"Meu pai me olha preocupado, depois sorri.
- Sabe, Alice, de um jeito ou de outro, tudo passa...
- Mas pai, é só o meu rímel!
- Sim, entendi, mas quero dizer que ainda que esteja queimando agora, você vai ver que daqui a pouco essa queimação vai embora. Agora você chega em casa, enxagua o olho, amanhã você enxagua outra vez e vai ver como passa. Tudo passa...
- Até o amor passa, pai? Até isso?
Ele fica sério e dá um suspiro.
- Pense em tirar o rímel agora.
O tempo nos prega umas belas peças, corre para a frente e depois volta para trás. E eu sou novamente a menina de cabelos cacheados e louros que segurava o joelho esfolado enquanto seu papai lhe dizia:
- Já vai passar... Já vai passar.
Vai passar."


 
Sneak Peek do Carlo:
 
"Quando cansamos de caminhar, nos sentamos na grama.
Eu queria tanto beijá-la... Agora. Eu me aproximo e a beijo.
Um beijo escondido, porque eu não consigo vê-la com toda aquela escuridão. Só vejo seus olhos e seu sorriso de porcelana.
Depois ela se afasta:
- Uma gota.
Uma desculpa mais esfarrapada do que esta ela não podia encontrar para se afastar de mim.
- Sério, Carlo, está chovendo.
- Essa é boa! - me sinto como um palhaço, e já me levanto para ir embora.
Então eu mesmo sinto uma gota.
A irrigação automática do jardim nos surpreende enquanto estamos ali. Está chovendo só para nós, como se o céu quisesse nos dar um presente, exclusivo.
Ela está com o cabelo todo molhado. Abre os braços e dá mil voltas."
 
Ficha técnica:
 
Título: E as estrelas, quantas são?
Autora: Giulia Carcasi
Editora: Planeta
Páginas: 158 no lado da Alice | 114 no lado do Carlo

Agora eu pergunto: E as estrelas, quantas são?


Postado por Garota B.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...